Costa, o Burro e o Ferrari

Rui Rio e a direita estão excitados, tudo lhes parece correr bem. Em campanha eleitoral não precisam de explicar nada dos seus programas eleitorais. Sabe-se que querem “reestruturar” (eufemismo para desmantelar) serviços públicos como o SNS, a Escola Pública, a Segurança Social agravando ainda as situações de precariedade laboral.
O importante é dar a conhecer as particularidades dos seus animais de estimação e quão fofinhos e atenciosos são os seus donos.

António Costa, por seu lado anda um pouco desabrido, e não é só de agora, com o BE e o PCP.

O voluntarismo do António Costa impele-o para apostas de risco elevado. Em 1993 em campanha para a autarquia de Loures apostou em como um Burro conseguia ganhar a um Ferrari no caótico trânsito da Calçada de Carriche em Lisboa. O Burro ganhou, mas António Costa perdeu as eleições.

Agora achou que era tempo de se desenvencilhar dos “empecilhos” que são, em sua opinião, o BE e o PCP. Vai daí, nesta campanha eleitoral atirou-se a eles com todas as bazucas que conseguiu reunir visando esmagar os seus antigos parceiros. Maioria absoluta ou morte foi o seu lema.

Ora, sucede que bem pode acontecer que António Costa ganhe, uma vez mais uma aposta – esmagar o BE e o PCP – mas tal como na aposta no Burro acabe por perder as eleições.

Não pensem os eleitores indecisos e de esquerda que adianta alguma coisa ir a correr, de afogadilho, votar para salvar o PS.

Mais do que salvar partidos, importa salvar o país. Como pudemos constatar o PS e António Costa só se salvaram e o país encontrou uma alternativa em 2015 porque o BE e o PCP tiveram a votação necessária para tal. Assim, votar nos partidos à esquerda é a melhor garantia para construir uma alternativa de esquerda plural e abrangente para a legislatura, e até “salvar” o PS das suas tentações tão costumeiras. Uma maioria que garanta um SNS, uma Escola Pública de qualidade, uma nova política ambiental, habitação condigna para todos, salários e pensões dignos, políticas firmes contra a precariedade laboral e que garanta o robustecimento da Segurança Social.

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